E por último, no finalzinho deste ano, em novembro, eis a menina dos meus olhos: "Tatuagem", de Hilton Lacerda, que venceu ontem o festival de gramado na categoria de melhor filme. A trama é sobre a relação entre Clécio, líder de uma trupe de teatro anarquista, e Fininha, ex-soldado, em plena ditadura militar. Conheci este filme através de um texto publicado na "Folha" de uma cena em que os protagonistas dançam juntos. Uma descrição tão impecável, minuciosa e delicada que me pus a imaginar o quanto não deve existir de roteiro genial para atuações meia boca. E conclui, decepcionado, que seria impossível passar aquilo pra realidade de modo tão perfeito. No entanto, dias depois estava tendo o prazer de me emocionar novamente, dessa vez com um vídeo curtinho de metade da cena. E não é que foi aquilo tudo que pensei e um pouco mais?
Tô ansioso e contando os dias pra ver "Tatuagem". Pra me deslumbrar com mais olhares feito estes acima e palavras, tantas, ainda não ditas. Sobre tudo. Neste caso, um amor latente numa época tão repressora.
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