Avoando Solitário: Feliciano e os "ativistas gays"

domingo, 11 de agosto de 2013

Feliciano e os "ativistas gays"

O blog estava desatualizado esse tempo todo devido a, vejam só, enorme quantidade de assuntos variados e que eu adoraria só que não falar de todos. Fiquei e continuo só observando, de longe, às vezes entendendo e outras fingindo descaradamente, torcendo que fatos estejam mais claros e que eu possa opiná-los de modo assertivo. Quem nunca?

Pra citar alguns exemplos, menciono aqui o propinoduto tucano e as bombásticas e sombrias revelações sobre o coletivo Fora do Eixo, que atinge em cheio o Mídia Ninja. Até que, finalmente, um tema que melhor sei opinar e que se encaixa no foco do blog: direitos humanos, especialmente lgbts. É mais uma polêmica do nosso judas preferido: Feliciano - que ironicamente costuma se comparar a Jesus(?).

O nobre deputado estava num voo e foi, segundo ele e inicialmente boa parte da imprensa sensacionalista, agredido por "ativistas gays". Como ele ficou sabendo que eram "ativistas" e "gays"? Não ficou. Supôs que, baseando em falas homofóbicas já ditas, seriamos os únicos a querer sua cabeça numa bandeja. Não, meu caro, sua lista de inimigos é extensa e abriga desde idosos à crianças que, segundo seu moralismo hipócrita, poderiam se ofender com rapazes cantando e dançando Mamonas Assassinas. Argh! Mas a vida é mesmo irônica e presenciei militante que antes zombava do spray de pimenta que usava a PM em junho se ofendendo porque os rapazes TOCARAM em Feliciano -- no sentido mais pueril da palavra.

O "engraçado" dessa história toda também é que muitos dos que agora se compadecem de Feliciano, e que não são militantes, antes estavam unidos ao nosso lado contra o dito cujo. Em alguns meses esqueceram vários fatos deploráveis, de absurdos ditos não só a gays, mas a mulheres, praticantes de religiões de matriz africana e até católicos. Ou as barbaridades que disse sobre John Lennon, Caetano Veloso e dos Mamonas. Além do mais, pôs a cura gay, de João Campos, do PSDB, em cotação na CDHM. Esqueceram de tudo isso e se apegaram a uma ideia diminuta de "tocaram nele".

Há ainda pessoas que tentam reverter o caso, pondo Jean Wyllys num avião e sendo "agredido" por evangélicos. E eu pergunto: por qual motivo? Jean nunca ofendeu evangélicos, nunca disse que "o sentimento evangélico leva ao ódio, ao crime e à rejeição" nem nada do que já fez Feliciano, então por que o protesto? Seria vazio, sem proposito. De qualquer forma, não acho que me importaria, desde, claro, não usassem de sua orientação sexual para ofendê-lo.

No mais, é óbvio que ali não haveria agressão grave, já que estavam no avião e o caráter era de diversão, chacota. Eu não aprovaria se batessem nele, se o machucassem, mas não foi o caso. O episódio me reporta às manifestações de junho em dois sentidos: Primeiro no que diz respeito aos rapazes que protestaram, se sentiram ofendidos e levaram isso a ele, democraticamente; segundo, aos defensores do deputado, que esqueceram rapidamente dos dissabores que tivemos seis meses antes e deram agora pra defender um sujeito asqueroso desses. A onda passou, levou muitos e deixou os poucos e melhores.

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